sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

MÃTXÓ PATAXÓ











Há uns anos atrás fizemos uma viagem ao Brasil. Ele dizia sempre que se um dia lá fossemos gostaria de conhecer primeiro o sítio onde os Portugueses chegaram a 22 de Abril de 1500, o local de desembarque e onde se fez o primeiro contacto com os nativos. E assim foi.

Fomos para Porto Seguro no Estado da Baía. Não pensem que escrevo para contar a nossa viagem, pelo menos para já não, fica para uma futura mensagem. Esta, serve apenas para vos falar do que lá encontrámos, no exacto local onde chegáramos há mais de 500 anos atrás. Aí existe uma aldeia, que dá nome á praia que fica em frente, a Coroa Vermelha. Nesta aldeia residem os últimos descendentes da tribo india Pataxó.

Ficámos deslumbrados, nunca tinhamos visto, nunca tínhamos estado frente a frente com indios verdadeiros, tentávamos disfarçar, mas era como podem calcular difícil. (Terá sido isso que sentiram os outros portugueses há tantos anos atrás?!)

Não pudemos deixar de reparar na cor da sua pele, avermelhada, no contraste das cores, das penas dos pássaros tropicais, nos olhos rasgados que denunciam antepassados asiáticos, nas vestimentas, nos cabelos lisos como mantas, nas peles de animais, na tradição, na história, na voz, na língua, no seu artesanato, nas casas onde viveram, etc. Tudo era fantástico! E ali, precisamente em cima daquela praia magnífica com água muito calminha e quente, no local onde o rio se junta com o mar.

Dentro de água podiamos ver na costa, a capela imposta pelos portugueses e pelo catolicismo, a cruz de madeira que fora erguida alta, ao lado, outra já de pedra mármore que sinaliza o sítio, tudo envolto no verde das palmeiras. Tudo isto rasgava aquela que foi em tempos a terra dos Pataxós e de outros que por lá passaram antes de nós, e agora, já não é nosso, mas também não é deles.

Escrevo portanto, como portuguesa, que com confesso orgulho vi aquela terra, onde se fala a nossa lingua, mas com alguma tristeza constatei, que eles, os indios, não vivem nas suas casas, vivem noutras, descaracterizadas e construídas alí num sítio mais afastádo.
Tudo aquilo é deles por direito natural e passados tantos anos, já percebemos que aquele bocado de terra já não nos pertence, tem de ser deles, dos últimos descendentes, dos Pataxó.

Hoje, esta tribo vive espalhada por várias aldeias da zona, mas na coroa vermelha têm um mercado indio, onde vendem o seu artesanato, que por sinal é fantástico e ninguém consegue sair dali sem trazer uma recordação. Desenvolvem-se assim alguns projectos, para salvar esta tribo e outras consideradas em extinção no Brasil. Entre outras coisas, deram-lhes computadores, para que assim podessem desenvolver-se e com isso aprender melhor a preservar e a chamar à atenção para a preservação da sua cultura. Por isso convidamo-vos a visitarem o seu site, que está nos nossos links e aprenderem um pouco mais sobre eles.

Deixamo-vos ficar algumas fotos que tirámos na Coroa Vermelha, terra dos Pataxós e a eles desejamos: TUKÊ TUKEHÊ!!!

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