sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Tem de ser!!!


Tem de ser! Tenho mesmo de falar nisto, é quase tão impossível não falar nisto como foi deixar de fumar! (Ah!)Tenho tentado evitar, só para não parecer mais uma chata, mais uma a dizer aquilo que todas as pessoas já disseram e pior já ouviram. Por favor DEIXEM DE FUMAR!!!

Fumei durante 15 anos, pareça muito ou pouco, era exactamente metade da idade que tinha quando deixei, exactamente metade da minha vidinha, minutos, horas, dias, meses, anos a destruir a minha grande paixão: a Vida!
Podia dizer que um dia acordei e pensei: "a partir de hoje não fumo mais!", mas não foi. Infelizmente a história não foi assim tão bonita nem tão fácil como isso, mas cá para nós, (...e desculpem-me a falta de modéstia) igualmente corajosa, porque para mim, por conhecer tão bem este vício, sei que sejam quais forem as voltas que se dê, é sempre acto de coragem e por isso tenho a obrigação de dizer isto!

Comecei a fumar como todos, da mesma forma estúpida, na matine da discoteca, que no meu tempo era o Crazy Nights e Loucuras e no meu caso na absoluta ignorância da profundidade do mal que fazia, julgando que estes vícios (não era droga nem nada) eram só para os outros, tinha a certeza que ia ficar impune. Mas não fiquei! Como tinha 14 anos, apanhei o crescimento e sei que por exemplo os meus pulmões se calhar não cresceram tão saudáveis como isso e só por causa disso, eu,que simplesmente adoro cantar poderia cantar melhor, ter mais capacidade toráxica. Agora já está, o que posso fazer é contar-vos mais.

Adorava fumar! Tinha realmente prazer nisso, pensava que fumar reflectia o meu espírito rebelde (e se calhar nessa altura reflectia), mas hoje já não pode reflectir para ninguém! Hoje temos toda a informação e com ela temos que nos respeitar acima de tudo! Achava que o cigarro era, as vezes um prolongamento de mim (mas não era!), tinha tudo a ver comigo, tinha a ver com noite, com jazz, com soul, com tudo o que gostava. Mas havia mais eu para além daquela que fumava e isso só descobri depois.

Comecei a reconhecer em mim um vício, uma coisa que não era boa que não era agradável, que me fazia mudar de humor, que me fazia deixar de fazer algumas coisa que adorava, que me deixava fazer figuras tristes á procura de tabaco ás 4 hrs da manhã, fumar beatas, ter problemas no aeroporto, etc... Cada dia que passava, eu me identificava menos com esta pessoa e mais achava que uma pessoa inteligente simplesmente, NÃO FUMA!!!Aqui começava a fase da consciencialização e pouco a pouco comecei, mesmo que sem saber a deixar para trás a fumadora e tornar-me naquilo que de facto sempre fui.

A partir daí, seguiram-se dias de verdadeira luta, de uma luta diária, em que o lema era: reduzir.
Consegui reduzir, reduzir, reduzir até que quando cheguei á meta de 1 cigarro de 2/3 dias e aí de repente, quase sem dar por isso: foi-se! E foi-se de vez!

Foi mesmo para sempre! Já não fumo há mais de 2 anos! Já não volto mais a fumar! Não quero ter mais nada a ver com tabaco. Não vou negar, custou-me muito, descobri que é tudo uma questão de consciencialização e não só, tenho sempre presente que sou como um antigo alcoolico, nunca mais posso dar nem 1 passa num cigarrito `inofensivo´, sei que pertenço a grupo de risco, mas nunca mais fumo!

Ganhei muito, vivo livre e isso é realmente o mais importante!Não sabia, mas não era realmente livre!
Já não tenho pressão, estou muito mais calma, já aguento nadar e cantar e correr e saltar sem perder o fôlego! Estou sem dúvida muito mais feliz e acima de tudo respiro muito melhor!

Tinha mesmo de falar nisto tudo e contar a minha história, porque quero muito que quem me estiver a ler e for fumador e não conseguir ou não quiser deixar de fumar, possa encontrar nas minhas palavras algum incentivo, apoio ou compreenção, mas, escrevo também para vos pedir que, agora que o nosso país deu este grande passo de proíbir o fumo em todos os locais públicos, o apoiem,e que mesmo que o governo recue, vocês nunca recuem, porque todos temos o poder de tentarmos ser livres e felizes e a obrigação de deixar que os outros o sejam também!

Não se esqueçam que isto não é só uma questão de direitos e deveres, mas sim e mais importante de saúde e de vida!

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